Seguidores

terça-feira, 16 de março de 2010

TE AMO


Soneto XVII

Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

Pablo Neruda

2 comentários:

  1. Pablo Neruda, um dos maiores se não o maior poeta que já existiu, transbordante em amor, com uma navalha na ponta da pena, com uma sabedoria inestimavel nas palavras, grande homem, revolucionou o mundo, mudou ele, através da poesia... Obrigado pela postagem amor....

    Tom - Entreacordes...

    ResponderExcluir
  2. Muito lindo esse poema e Neruda é maravilhoso! beijos, lindo dia!chica

    ResponderExcluir